O livro retrata a vida pós-morte de pessoas que moravam em um mesmo município brasileiro. Reencontram-se para purgação dos pecados, todos mortos, no Lameirão, local ermo e isolado, antigo cemitério. Todos na forma de animais, de acordo com os erros, taras, fobias da vida terrena. Assim, o ladão contumaz tranforma-se em rato. O magarefe desalmado e impiedoso, um touro zebuíno. O dono de açougue, acostumado a abater animais doente à beira da morte para comercialização da carne, transforma-se em imensa formiga. O coveiro, apelidado João Tatu, grosseiro e mal educado, purga os pecados na forma de imenso tatu verdadeiro. E outros tantos repsesentante da fauna típica da região: cobra, coleho,rato, lagartisa, porco, corujão e urubu.
O Purgatório de Eduardo é um passeio pelas calçadas das cidades interioranas brasileiras, onde, em noites enluaradas e calorentas, os vizinhos reúnem-se para contar e ouvir as mais emocionantes, estranhas e bonitas histórias de vida e de morte.
Mais uma vez, o escritor leva-nos à cidade do fundo de sua alma e dá-nos de presente este lindo romance.
“O maior mérito de O Purgatório de Eduardo é a habilidade do autor trabalhar as palavras, retratar fatos, reproduzir falas – diálogos que engendram a trama e a tornam envolvente, forte. Tudo se torna hilário: o que é para ser triste, até mesmo um enterro, torna-se cenário de ironia, de comportamentos e ações denunciadoras da brejeirice da alma daquela gente, com seus pensares característicos, suas histórias quase sempre tristes, mas que, pela forma narrativa, tornam-se engraçadas, motivando o riso do leitor”.